quinta-feira, 3 de março de 2011

Senhora

Sem hora

Nos passos lentos daquela senhora
Agarrei-me ao coração.
Vida que flui sem demora
No esquecimento
Providencial da razão.

Encontrei-a ainda agora
Ao encostar o portão.
Falou-me de sua tristeza
Ao encontrar a solidão.
Das filhas sem paciência
Que não lhe dão um telefonema
Para dizer como estão.

E eu quis afagar seus cabelos
Pousar no seu rosto tantos beijos...
Mas o tempo correu como um ladrão.

Ela se foi tão ligeira!
Água de cachoeira
A evaporar no fogão.

Ainda guardo comigo
A sua voz e seu riso.
Tão pouco convivemos
E tantas lições me deixou.

Serena na noite e descansa
Que tudo já se passou.

Maria Valéria Revoredo

Pai, ajuda-me a chegar

Houve um olhar que pedia socorro e não olhei
Houve um grito de dor aflito, repetido ao infinito, que não ouvi
Tanta coisa passa por mim sem que eu saiba
Atá da morte devo ter escapado e nunca soube

Houve alguém que me quis o bem
E eu falhei pois nunca demonstrei o quanto ela era especial
Houve alguém que me amou
E eu feri, até mais de uma vez
Sem querer, com querer, por distração, por ironia
Com palavra, com desprezo até
Até onde podemos chegar?
Até onde cheguei?

Quantas vezes sem saber estou a destruir
Por favor, me perdoe porque quase nada sei

Falei da sensibilidade, da empatia, da amizade
E me vi tantas vezes duro como uma pedra
Falei do amor e esmurrei as mãos contra uma mesa
Falei do amor de novo e de novo fui ríspido nas palavras
Falei do perdão e tantas vezes relembrei minhas feridas
Relambendo culpas, relambendo feridas pútridas
O gosto amargo do remorso, da falha ressentida

Quantas vezes estou a destruir sem saber
E sem saber do tanto que não sei...
Pelo menos, acho que faço meu melhor
Por favor, me perdoe se estou tão longe do que digo

Fiz o meu papel, me aproximei de uma vida sedenta
Ofereci mão amiga, palavras sinceras e motivadoras
Acompanhei, criei laços
Depois, me ausentei lentamente
Sem aviso, nem menção faço do seu nome
Eu a ignoro completamente sem perceber
E terminei por matá-la ainda mais
Por criar ainda mais sede naquela vida sedenta

Falei de Deus, do seu amor, da sua glória
E tantas vezes reclamei dele em tudo
Não pus nele minha confiança, pus nele minhas culpas
O que não consegui: foi Ele!
O que nunca fiz ou realizei: Por que Deus não fez isso?

E cá estou eu
Na minha finitude, na minha pequenez
Vendo desse monte de pequenez os meus vales
E elevando a Deus o meu grito silencioso:
Pai, ajuda-me a chegar!
(Jackson Angelo)

A arte de raciocinar

Raciocinar é uma arte que merece uma reflexão mais detida por parte de todos nós. 
 
Mas, e o que é raciocinar? 
 
Segundo os dicionários, raciocinar é fazer uso da razão para conhecer, para julgar da relação das coisas; ponderar; pensar. 
 
De maneira geral nós estamos raciocinando a maior parte do tempo, pois pensamos, fazemos cálculos, tiramos conclusões. 
 
Todavia, quando se trata de tomar decisões em nossas ações diárias, parece que nossa capacidade de raciocinar fica prejudicada ou é abafada pelo egoísmo. 
 
Quando estamos no trânsito, por exemplo, e há um veículo atravessado na rua, cujo motorista espera que alguém lhe de a vez para poder seguir, a razão diz que se o deixarmos passar o tráfego fluirá melhor, beneficiando a todos, mas geralmente não é essa a nossa decisão. 
 
Quando passamos por um lugar onde houve um acidente, e a aglomeração de pessoas está grande, ao invés de ouvirmos os apelos da razão para seguir em frente e não atrapalhar, as mais das vezes nos juntamos à multidão só para satisfazer a curiosidade e julgar a ocorrência sem conhecimento de causa. 
 
Se vamos assistir a um espetáculo, um evento qualquer, o bom senso nos adverte que o melhor é ocupar os lugares mais distantes dos corredores, para facilitar a entrada dos que chegarão depois. 
 
Mas o que acontece geralmente, é que nos sentamos nas primeiras cadeiras e quem chegar depois que passe nos espaços apertados que deixamos. E, por vezes, ainda reclamamos pelo fato de ter que encolher as pernas para que os outros passem. 
 
Outra situação bastante despropositada é a das mães ou pais com crianças pequenas que ocupam lugares de difícil acesso. 
 
Se for um evento em que se faz necessário o silêncio, quando os pequenos começam a chorar ou gritar, esses pais perturbam a metade da platéia até chegarem às portas de saída. 
 
Todas essas situações poderiam ser evitadas se usássemos a arte de raciocinar, tomando sempre as decisões mais racionais. 
 
Nas questões emocionais, o raciocínio sempre é bom conselheiro, mas o que acontece amiúde, é que não lhe damos ouvidos, preferindo agir como os irracionais. 
 
Se necessitamos chamar atenção de um filho, ou outro familiar, por exemplo, e percebemos que este chega nervoso, irritado, a razão nos aconselha deixar para outro momento, mas, infelizmente, nem sempre a ouvimos e despejamos sobre ele uma enxurrada de palavras ásperas, agravando a situação. 
 
Se o namorado ou namorada nos diz que já não somos mais o amor da sua vida, a razão pede que nos afastemos, mas nem sempre é assim que agimos. E é por esse motivo que muitos crimes passionais são cometidos. 
 
Vale a pena prestar mais atenção nessa faculdade bendita que Deus nos deu, chamada razão. 
 
Se lhe déssemos ouvidos, aliando-a ao sentimento, por certo, evitaríamos muitos males, tanto para nós quanto para os outros. 
 
Pense nisso! 
 
Quando suas vistas contemplarem as densas nuvens cinzentas que pairam há apenas alguns metros de altura, ouça com atenção a voz da razão a lhe dizer, com toda segurança que logo acima brilha o sol, soberano, que vencerá as trevas em pouco tempo.






Autor:
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita 

Charles Chaplin

Cronologia da Vida (Charles Chaplin)

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como elatermina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida estátodo de trás pra frente. Nós deveríamos morrerprimeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo,até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poderaproveitar sua aposentadoria.Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando....E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?"



Charles Chaplin

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Lago

O lago

Não deves recusar o esforço, porque ele é um caminho.
Num lugar que terás de descobrir – que fica sempre alto e longe – existe para ti uma lagoa meio escavada na rocha, com relva muito verde em parte das margens e cantos alegres de pássaros calmos.
Encontram-se lá os que amas, fortes e generosos. Sorridentes.
Há sol e também a sombra de altas árvores. Por cima, apenas o céu, à distância de um último salto.
Não é um destino inevitável, mas um lugar onde és esperado e que podes, ou não, alcançar, conforme a medida do teu desejo. Só quando lá chegares terás alcançado toda a tua envergadura. Só lá te encontrarás contigo mesmo.
Existes para chegar a esse lago. Os teus olhos são capazes de pousar nas suas águas limpas, que reflectem já o céu que lhes há por cima.
Não se pode querer mal aos caminhos que conduzem a lugares assim, embora sejam escarpados e se torne impossível evitar ferimentos e cansaços quando se segue por eles.
Se o teu desejo de chegar for grande, nenhum esforço te parecerá demasiado penoso. E, embora vás a caminho, terás sempre contigo qualquer coisa que é já de ter chegado. Talvez uma certa forma de olhar, resultante daquela luz que se acende por dentro quando nos pomos a caminho dispostos a tudo o que aparecer.
E nem haverá problema se a morte te encontrar assim, ainda no gesto de subir: já tens em ti o teu lago, na imagem dele que te fez partir.
Não deves recusar a dor, porque ela te constrói, te marca os limites e te faz crescer por dentro dos teus muros.
Sem ela, não passarias de um projecto do homem que hás-de ser. Ela edifica-te os músculos, a cabeça e o coração, e não existe outra maneira de chegares a ser aquilo que deves vir a ser.
Se não sofresses não haveria ninguém dentro de ti.
No cumprimento sério dos teus deveres, encontrarás a dor na forma de esforço e de cansaço.
Mas pode muito bem ser que, tarde ou cedo, ela te procure sem disfarces e te faça chorar ou gemer. É frequente que ela se apresente assim, numa nudez que parece cruel e faz lembrar facas ou agulhas.
Nem por isso te deves assustar ou desistir.
Quando te parecer que tudo está perdido, ri-te, se puderes. É que te estão a oferecer um degrau que te deixará incomparavelmente mais acima no caminho. Deves ver nisso o sinal de que – por qualquer razão – é tempo de andares depressa.
Sobretudo, não te queixes. Há assim metamorfoses que parecem aniquilar, mas não passam de formas de fazer surgir a borboleta.
Não te queixes, porque receberás umas asas e cores novas.
O teu lago – de onde de tão perto se pode olhar o céu – tem um preço que tu saberás dar e não é tão grande assim.

Nada Impedirá Meu Sorriso


Nada Impedirá Meu Sorriso 


Nem a tristeza, nem a desilusão
Nem a incerteza, nem a solidão
NADA ME IMPEDIRÁ DE SORRIR.
Nem o medo, nem a depressão,
Por mais que sofra meu coração,
NADA ME IMPEDIRÁ DE SONHAR.
Nem o desespero, nem a descrença,
Muito menos o ódio ou alguma ofensa,
NADA ME IMPEDIRÁ DE VIVER.
Em meio as trevas, entre os espinhos,
Nas tempestades e nos descaminhos,
NADA ME IMPEDIRÁ DE CRER EM DEUS.
Mesmo errando e aprendendo,
Tudo me será favorável,
Para que eu possa sempre evoluir
Preservar, servir, cantar,
Agradecer, perdoar, recomeçar...
QUERO VIVER O DIA DE HOJE
COMO SE FOSSE O PRIMEIRO,
COMO SE FOSSE O ÚLTIMO,
COMO SE FOSSE O ÚNICO.
Quero viver o momento de agora
Como se ainda fosse cedo,
Como se nunca fosse tarde.
Quero manter o otimismo,
Conservar o equilíbrio,
Fortalecer a minha esperança,
Recompor minhas energias,
Para prosperar na minha missão
E viver alegre todos os dias.
Quero caminhar na certeza de chegar,
Quero lutar na certeza de vencer,
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar
Para poder realizar os ideais do meu ser.
ENFIM,
Quero dar o máximo de mim,
para viver intensamente!
Autor Desconhecido