Venho Senhor ao teu jardim, para reaprender a plantar.
Um dia me ensinaste, que todas as boas sementes germinam e me deste a terra do meu coração para um bom plantio, recomendando-me atenção para o livre arbítrio, e principalmente me adaptar com aqueles em que ainda tenho diferenças.
Mas. não tive generosidade suficiente para com meu semelhante e hoje, quando necessito da generosidade de outrem, dificilmente eu a encontro.
Não tenho colhido a flor da generosidade porque não a plantei.
Não dei à natureza todo o respeito que ela como obra sua, merecia ter recebido de mim.
Fui negligente, Senhor.
Senhor disseste-me, que a felicidade sempre estaria em minha vida se eu me lembrasse de levar felicidade àqueles
que choravam, e que não tinham um ombro onde se debruçar.
Só o que fiz foi criticas.
Não tenho colhido a flor da Felicidade Plena, porque não a plantei.
Não levei a sério, quando me revelaste que o preconceito era uma erva daninha que, pouco a pouco, mataria o meu jardim.
Não olhei sem julgamento para os diferentes de mim, não observei todos os seres e tudo o mais que crias- te sem sentir-me maior e melhor do que eles.
Não tenho colhido a flor do Amor Incondicional, porque não a plantei.
Agora, venho ao teu jardim, buscando ter uma e, talvez, a última chance de reencontrar as sementes que desejaste ver germinadas em meu coração.
Vou orar por todos que ainda não me afinei e que sempre negligenciei.
Não sei se vês em minha visita algum sinal de humildade. Já muito agi com orgulho e não tenho colhido a flor da humildade porque não a plantei
Mas agora a dor está volvendo minhas atitudes anteriores.
Aceita, senhor, esta minha vinda, e dá-me o perdão, o mesmo perdão que a tantos e tantos eu neguei.
Acolherei a tua decisão, senhor, seja ela qual for, e se não for aquela que espero eu entenderei.
Não tenho colhido a Flor do Perdão, porque não a plantei.
Caminhando pelas rodas da vida, Vou descortinando um novo horizonte. Conhecendo lugares, uma nova lida, Sem paradeiro certo, viajante.
Viajante, caminheiro, peregrino, sou Beija-flor, nutrindo-me com a seiva do amor, Sentimento nobre que o Criador criou, Tendo como símbolo a ternura de uma flor.
Minh'alma voa nas asas da liberdade, Adapto-me a qualquer localidade e lugar, Armo minha tenda/tsara com criatividade, Aguardando à noite festeira chegar.
Ànoite chega num sagrado luar, É hora da festa começar, o som de um violão E as batidas dos tamborins, faz-me bailar Num belo canto que brota do coração.
Coração dum bailarino beija-flor cigano Que voa semeando alegria e amor, Em novas terras, rincões, além do oceano, Além-mar, com doçura e fervor.