Sem hora
Agarrei-me ao coração.
Vida que flui sem demora
No esquecimento
Providencial da razão.
Encontrei-a ainda agora
Ao encostar o portão.
Falou-me de sua tristeza
Ao encontrar a solidão.
Das filhas sem paciência
Que não lhe dão um telefonema
Para dizer como estão.
E eu quis afagar seus cabelos
Pousar no seu rosto tantos beijos...
Mas o tempo correu como um ladrão.
Ela se foi tão ligeira!
Água de cachoeira
A evaporar no fogão.
Ainda guardo comigo
A sua voz e seu riso.
Tão pouco convivemos
E tantas lições me deixou.
Serena na noite e descansa
Que tudo já se passou.
Maria Valéria Revoredo
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