quinta-feira, 3 de março de 2011

Senhora

Sem hora

Nos passos lentos daquela senhora
Agarrei-me ao coração.
Vida que flui sem demora
No esquecimento
Providencial da razão.

Encontrei-a ainda agora
Ao encostar o portão.
Falou-me de sua tristeza
Ao encontrar a solidão.
Das filhas sem paciência
Que não lhe dão um telefonema
Para dizer como estão.

E eu quis afagar seus cabelos
Pousar no seu rosto tantos beijos...
Mas o tempo correu como um ladrão.

Ela se foi tão ligeira!
Água de cachoeira
A evaporar no fogão.

Ainda guardo comigo
A sua voz e seu riso.
Tão pouco convivemos
E tantas lições me deixou.

Serena na noite e descansa
Que tudo já se passou.

Maria Valéria Revoredo

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