quinta-feira, 26 de maio de 2011

Saudade


Quero falar-lhe e não sei o que dizer em meu afastamento! Que me sinto acorrentado às horas, como prisioneiro infeliz, contando-as, minuto a minuto, à espera do momento de solidão. longe dos homens e das coisas, para aproximar-me de você...? Que a vida para mim é vazia e sem sentido, como um fantasma errante... Que essa distância, tirando-a de mim, é um martírio tremendo, ao qual não sei por quanto tempo resistirei...?

Não sei o que lhe diga; como lastime a tristeza que me invade; como chore o tempo que estivemos juntos; como desejo estar perto de você! Vou dizer-lhe principalmente isto: amo-a(o) muito mais agora, porque a conheço mais, também. À distância, esta saudade enorme vai tecendo o fio de sua presença a meu lado e já vejo comigo, a todo o momento, uns olhos tristes que me disseram adeus chorando, a boca linda que me beijava tanto, o corpo voluptuoso que me ensinou a pecar, a voz serena em que se apoiavam minhas palavras apaixonadas e os braços macios que me abraçavam com força!

Pego seu retrato e coloco-o à minha frente, para saber que esta tristeza que me aflige agora tem uma razão de ser, pois você de fato existe e me ama também muito!

Responda-me depressa, mande-me um pouco de você, pois assim talvez alivie um pouco a tortura de amor.

Já não suporto de tanta saudade!

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