terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Aquele fora um dia diferente...por : : "Momentos de reflexão") & ENVIA ESSA ORAÇÃO PARA UM AMIGO SEU







A tarde caía rápida e fria e o vento na folhagem amarelada anunciava
que a chegada do inverno estava próxima.
Mateus era um garoto de dez anos
e se acostumara às alegrias descontraídas de sua pequena família,
composta pelos pais e uma irmã mais nova
que com ele compartilhava das brincadeiras infantis.
Mas a vida nem sempre nos reserva surpresas agradáveis.
Era isso que Mateus descobrira naquele dia
em que contemplava o corpo do pai, a quem tanto amava,
estendido num caixão sobre a mesa.
Todos enxugavam o pranto, mas ele tinha nos olhos grossas lágrimas
que se recusavam a cair.
Nunca havia experimentado um sentimento igual.
Era como se algo dentro do seu coraçãozinho
 tivesse se partido em mil pedaços.
O enterro foi consumado...

A vida deveria seguir seu curso, mas em seu lar faltava alguém.
Faltava a figura respeitável do pai amado.
Sobrava um lugar à mesa.
Sobrava o pedaço de frango predileto do papai.
O pudim se demorava na geladeira.
 E Mateus pensava em como suportaria tanta amargura e saudade.
No entanto, a volta às aulas, às brincadeiras com a irmã,
os piqueniques, as tardes no parque,
trouxeram novo alento ao seu coração juvenil.
Um dia, a visita de uma amiga da família
 trouxe de volta as lembranças tristes.
A mãe falava da falta que sentia do companheiro.
Dizia que a saudade a acompanhava de perto
e que era difícil a vida depois que o marido morrera. 
E Mateus, que não muito longe escutava a conversa das amigas,
 aproximou-se e disse com a segurança de quem tem certeza:
- Mamãe, você disse que o papai morreu,
mas eu asseguro que isso não é verdade.

A mãe olhou-o com ternura e desejando consolá-lo, disse:
- Sim, filho, o papai vive além da cortina
que nos separa dele momentaneamente.
- Não, mamãe! O papai vive e viverá para sempre.
- Ele vive em mim através de tudo o que me ensinou...
- Quando sou obediente, eu o sinto em minha intimidade
porque foi ele quem me ensinou a obedecer.
- Quando sou honesto, lembro-me das muitas vezes
que ele enalteceu a honestidade.
- Quando perdôo meus amigos, quase o ouço dizer:
"filho, quem perdoa não adoece
porque não guarda o lixo da mágoa na intimidade". 

- Quando sinto que a inveja deseja instalar-se em minha alma,
lembro-me de ter ouvido de seus lábios:
"a inveja é um ácido corrosivo que prejudica quem a alimenta."
- E quando, por fim, meu coração se enche de saudade
e penso que não mais a suportarei,
uma suave brisa perpassa meu ser e ouço sua voz falando baixinho:
 "filho, eu estou ao seu lado, não duvide".
- E é assim, mãezinha, que eu sei que papai não morreu.
Sinto que ele continua vivo, não somente atrás da cortina
que temporariamente nos separa,
 mas também através da herança de amor que legou a todos nós

(Texto extraído do livro: "Momentos de reflexão")



                               



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