quarta-feira, 6 de julho de 2011

Montanhas submersas - Arnault L. Dias

O amar cria em nossas vidas, marcas na paisagem; torna a planície dos dias vincada por vales e sinuosa por montes e montanhas...
Dependendo dos amores, são apenas como dunas... E o vento se encarrega de dispor. Porém, existem outros que são muito diferentes...
Tornam-se marcos de referencia, verdadeiras pirâmides, enormes montanhas de pedra.
Quanto aos outros pequenos, dias, cotidiano, são como a agua da chuva, a acumular-se. Toma a silhueta da paisagem, a tornando mais plana, cobrindo os montes menores, até mesmo, os diluindo.
E dependendo do volume destas aguas os montes submergem, podendo restar apenas um mar... Plano.
Até mesmo a montanha mais alta é tornada oculta, alagada, mergulhada, num horizonte quase sólido...
Porém, ela continua lá. De maneira difusa, numa localização imprecisa... Mas abaixo da inundação, oculta, ela continua.
Contudo, como toda inundação, esta também se nutre da constância da chuva, para que suas aguas não escoem.
Pequenos romances, amores casuais, noites ardentes, todos são gotas, que devem pingar constantemente.
Porque se forem minguando, se houver estiagem, as aguas deste “mar”, formado por estórias, ilusões e passatempos baixaram... E no limiar, você bem sabe o que ressurge:
Novamente, a montanha mais alta, retorna à luz , sólida, emerge.
A montanha do grande e verdadeiro amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário